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  • Foto do escritorRicardo Rochman

Vem aí nova temporada de IPOs, alguns fatos antes de investir

Atualizado: 2 de jul. de 2020

Aparentemente a partir de julho começará uma nova temporada de IPOs (Initial Public Offering ou abertura de capital acionário de empresas), que representa a entrada de novas ações (e às vezes o retorno dos que abriram e depois fecharam o capital). Antes de continuar, saibam que a bolsa e os investidores brasileiros precisam de mais alternativas de empresas para investir, por isso considero todo IPO como positivo, mesmo que como investimento algumas ações sejam um grande desapontamento (para não dizer vergonha).


A partir de 2004 vimos na B3 (na época se chamava BOVESPA) uma retomada dos IPOs, o que foi positivo para o mercado de capitais brasileiro, e em 2020 o ambiente e apetite por risco dos investidores (em parte pela baixa taxa SELIC) devem levar a outra onda de IPOs. Uma máxima do mercado é que "timing é tudo" e isto é verdade no que tange a IPOs, e as empresas assessoradas pelos bancos de investimento vão aproveitar o momento, ainda mais agora que a bolsa está aquecida (e cara conforme outro artigo deste site).


Mas entrar em um IPO não é garantia de retorno, por isso seguem alguns dados sobre as 177 aberturas de capital que ocorreram na B3 de 2004 a junho de 2020, que devem conhecer antes de se aventurar:

  • 4 empresas foram a falência no período, ou seja, nem todos que fazem IPO terão sucesso nos negócio, e ainda há várias empresa em recuperação judicial;

  • 24 empresas fecharam o capital ou cancelaram o registro em bolsa, ou seja, deixaram de ter suas ações negociadas na bolsa;

  • 106 dos 177 IPOs ocorreram no período de 2004 a 2007;

  • em média somente 8,87% dos investidores que entram no IPO são de varejo, ou seja, esta é uma operação para grandes investidores (atacado), que possuem horizonte de investimento e interesses de médio e longo prazo;

  • o retorno médio do primeiro dia de negociação da ação é de aproximadamente 4% ao dia, por isso muitos gostam de entrar em IPOs e vender a ação no primeiro dia (operação chamada de FLIPPING, e quem faz é chamado de FLIPPER). Este retorno é estatisticamente diferente de zero (significativo a 1%), ou seja, "flippar" é um bom negócio;

  • considerando o período que começa no IPO e termina no início de junho de 2020, em média as ações que tiveram um retorno de -2,6% ao ano em comparação com o desempenho do IBOVESPA (retorno estatisticamente significativo a 10%), ou seja, no longo prazo entrar no IPO e ficar com a ação é mal negócio.

Comprar uma ação para investidores de longo prazo é ser sócio do negócio, por isso analise bem a empresa antes de entrar no IPO, ou "flipe". Analise a gestão da empresa, os aspectos ESG, as perspectivas futuras, e tenha em mente que nem todas empresas sabem lidar com o mercado de capitais e seus participantes, por isso o fechamento de capital em 13,6% dos casos não é surpresa.


O gráfico a seguir mostrar os retornos no primeiro dia de negociação e a participação dos investidores estrangeiros (sempre relevantes em IPOs) nos respectivos setores de atividade, clique para ver os dados.



Neste site na seção Apps disponibilizei um aplicativo para consulta de informações sobre IPOs (https://www.incredulofinanceiro.com/inicio), onde se pode ver a situação atual (junho 2020) e os dados individuais de desempenho das 177 empresas que abriram capital na B3 de 2004 para cá. Os dados foram obtidos do sistema ECONOMATICA, da B3 (http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/solucoes-para-emissores/ofertas-publicas/), e trabalhos pelo autor deste site.



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