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  • Foto do escritorRicardo Rochman

Qual é a sua tolerância a perda em fundos?

Existem várias medidas de risco disponíveis na literatura de finanças, e que são aplicadas pelos participantes do mercado financeiro, como, por exemplo, pelas gestoras de fundos de investimentos.


A volatilidade é a medida de risco dos investimentos e ativos financeiros empregada de maneira geral pelo mercado (medida usualmente pelo desvio-padrão dos retornos do investimento). No entanto, é uma medida que recebe críticas por considerar ganhos como parte do risco, pois considera a variabilidade dos retornos dos investimentos, mas não somente as perdas.


Algo para se refletir é que o investidor deve ter em mente que seja qual for o investimento, algum nível de perda poderá ocorrer, ou seja, algum prejuízo é esperado (ou "tá no preço"). Logo temos também o prejuízo que é acima do esperado, e que pode induzir o investidor a resgatar parte ou todo dos recursos aplicados.


Pensando nisto elaborei a pergunta: Qual é o prejuízo que motiva o investidor a resgatar o dinheiro do investimento realizado?


Para responder esta pergunta considerei como prejuízo a taxa de retorno negativa em um certo dia, e o resgate ocorrido no dia seguinte. Como algum resgate é normal, no sentido que ocorre por motivo diferente de prejuízo, como necessidade de recursos pelo investidor, ou chegou a hora de consumir o dinheiro investido (ex. fazer o sonhado safári na África), considerei como "resgate normal" a média de resgates realizados no período analisado.


A tabela a seguir mostra as taxas de retornos em um dia que fundos de ações, multimercados e renda fixa, que levaram a aumento no padrão de resgates pelos investidores. O período analisado foi de junho de 2018 a junho de 2020 com dados diários de cotas do fundos, que contou com 1189 fundos com 500 ou mais cotistas (a ideia foi trabalhar com fundos voltados ao público geral), com dados do sistema Economática.



Podemos notar que os investidores são mais tolerantes às perdas em fundos de ações do que nos multimercados, e na sequência nos fundos de renda fixa. Algo que já era de se esperar devido a volatilidade maior dos fundos de ações em comparação com os demais.

A partir de um retorno no dia de -3,5% os cotistas de fundos de ações já começam a resgatar os recursos, que aceleram quando o retorno no dia é inferior a -4,5%, e quando a perda é superior a -6% muitos dos resgates chegam a ser totais.


O mesmo raciocínio vale para os dados da tabela para os fundos multimercados e renda fixa, mas com tolerância menor por parte dos investidores justamente por serem modalidades de investimento de menor risco. Lembro que o investidor resgata o dinheiro dos fundos mas não necessariamente da classe de ativos, isso quer dizer, que o investidor resgata de um fundo de ações mas pode aplicar em outro fundo de ações, ou aplicar diretamente em ações, por exemplo.


E você, qual é a sua tolerância a perda nos investimentos? E o que fará se a perda for atingida? Estas são perguntas que você deve saber a resposta antes de montar sua carteira, e ter em mente que deve pensar não somente no risco do investimento em particular, mas no risco da carteira como um todo.


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